
Metade brasileira, metade portuguesa – Mónica Defreitas nasceu na ilha de São Miguel, em Portugal, mas é a cultura brasileira que forma a sua identidade. Formada em Arquitetura em Lisboa, fez pós-graduação em Metodologia do Ensino da Arte pelo IBPEX e lecionou no ensino superior por 18 anos. Durante esse período, concluiu mestrado em Comunicação e Linguagens pela Tuiuti de Curitiba. No universo da ilustração, realizou pós-graduação em Livro para a Infância e atualmente cursa outra em Criação de Livro Ilustrado. Estudar faz parte de sua formação contínua como ilustradora.
Mónica, que escolheu a ilustração e as artes visuais como profissão exclusiva em plena pandemia, sente no livro um espaço onde pode contar histórias, unindo a narrativa textual e a visual. Para ela, existe uma experiência tátil, olfativa e visual nele, onde o tempo é o tempo da mão, do coração e do diálogo entre os autores e o leitor.
Entrar diariamente em seu espaço de trabalho é como entrar em um lugar sagrado. É ali que Mónica entra em contato com o traço, a cor, o papel em branco e, atualmente, com experimentos que vão além da aquarela – sua técnica predominante de ilustração. Ela afirma que a técnica não define a ilustração, mas sim está a serviço dela, e acredita que mesmo mudando a técnica, há algo no artista que é mais profundo que o que sai de suas mãos, que é a sua estrutura como artista – que mora na alma, no coração, no olhar, na sua memória e em sua relação com o mundo.
Para a artista, a ilustração proporciona para a obra literária uma outra camada de compreensão. Ela chega por meio de formas e cores e proporciona para o leitor uma experiência sensorial trazida pela linguagem visual, e ele, com base em sua sensibilidade e em seu repertório, vai tecendo relações, passeando pelas imagens, como um novo lugar em que passa a habitar por meio do seu imaginário. Nos livros para as crianças, essa viagem é ainda mais intensa e divertida.