O livro, escrito por Valéria Prates, integra a Biblioteca Gralha Azul e aborda o Transtorno do Espectro Autista (TEA)
A obra “As aventuras de Sato e o Menino Azul”, uma entre as doze lançadas esse ano pela Biblioteca Gralha Azul, foi trabalhada em sala de aula na Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Loanda, na Escola de Educação Especial João Paulo II. O livro foi escrito por Valéria Prates, e traz a temática do Transtorno do Espectro Autista (TEA), por meio de uma história de amizade, aventura e inclusão.
A obra foi trabalhada em uma sequência didática com os alunos do Ensino Fundamental, pela professora da instituição, Vanessa Negrizolli. Durante as atividades, foram abordados aspectos de interpretação textual, o gênero poesia e o autismo.
Segundo a professora, muitos estudantes se identificaram com o personagem da obra, “sentiram-se protagonistas da história, pois, assim como o Menino Azul, não gostam de barulho, mas adoram aventuras e também possuem um cordão de identificação”. Vanessa conta que a atividade despertou grande curiosidade entre os alunos, especialmente pelo fato de a autora também lecionar na escola.
“Eu levei cerca de duas horas contando a história, porque tinham muitas perguntas e curiosidades. E o interessante é que a cada página do livro que eu lia e mostrava a ilustração, os alunos já identificavam os amiguinhos com TEA: aquele que não gosta do barulho, que faz pouco contato visual, que brinca sozinho… Então foi extremamente importante”, conta Vanessa. A professora reforça que a sequência didática foi um ótimo momento para desenvolver a imaginação dos estudantes e criar reflexões significativas.
Segundo Valéria Prates, escritora da obra, a produção foi inspirada em seu filho de 6 anos – o Menino Azul na história -, que possui o Transtorno do Espectro Autista. Além de mãe atípica, Valéria trabalha com educação especial na Escola, e acredita que o diagnóstico deveria ser melhor compreendido pela sociedade. “Como mãe e professora, eu trouxe essa história e temática com o objetivo que outras pessoas conheçam e passem a compreender melhor o autismo, porque hoje, o número de diagnósticos cresce dia a dia entre crianças, jovens, adultos e idosos… e é um espectro, então há diferença de pessoa para pessoa”, explica.
Para a escritora, trabalhar a temática com crianças e adolescentes estava entre os objetivos do livro, “debater o assunto com as crianças desde pequenos fará com que eles criem uma consciência e respeito, visto que hoje todas as salas têm ao menos um autista”. Valéria também expressa que é uma realização como escritora ver crianças se identificando com o personagem e encontrando conforto na história.
O concurso da Biblioteca Gralha Azul, pelo qual a obra “As aventuras de Sato e o Menino Azul” foi selecionada, teve seu edital voltado a mulheres paranaenses (que se identificam com o gênero feminino, sejam elas cis ou transgêneros), nascidas ou residentes no Paraná e em municípios de 20 a 70 mil habitantes. A obra está disponível gratuitamente aqui no site da Biblioteca, em formato e-book e audiolivro.
